sexta-feira, 24 de abril de 2009

Capítulo V


Capitulo V - "the man with the broom"


Mateus caminhava apressadamente como se logo ali no fim da estreita rua apagada estivesse alguém que impacientemente esperava por ele. Érica tentava o acompanhar como a lua acompanhava seus passos mais lentos. Ele certamente tinha algo que precisava falar, alguma sensação que precisava externar para que assim pudesse voltar ao ritmo natural que possuía ao lado da irmã de cabelos tão grossos quanto os seus. Os sons dos passos perturbando as poças irritava Érica.


Matt, pare por favor!”


Mateus não a ouvia. Algo como um fogo intenso rabiscava o ar, a força de seu pesado irmão em contato com a atmosfera não traria bons frutos àquele momento. Érica parava claramente ferida como claramente estava – era próprio dela essa repetição de evidências, como se ao trazer o som de volta ao sem tom natural mais de uma vez as coisas fossem mais claras aos seus ouvidos. Ela teimava em manter-se quieta e parada, ele havia de ouvir. Alguns segundos se passavam e os passos iam ficando mais distantes como remota era a imagem dele.


Mateus!”


Em um último e desesperado grito, Érica conseguiu chamar a atenção dele que por sua vez parava pela força que era maior do que ele e que sussurrava aos seus ouvidos como se fosse uma grande teia que os mantinha presos, juntos. Mateus já tinha ouvido o chamado anterior e sabia que estava indo muito mais rápido do que Érica mas algo o mantinha em movimento constante. Alguma vontade talvez escusa para si mesmo o mantinha pronto para que seu desejo de escapar continuasse vivo. Ele não compreendia a si mesmo e isso nunca foi novidade para nenhum dos dois porém aquela noite algo assustara Érica.


Me perdoe, Érica.”


Mostrando ainda uma leve atribulação em sua voz miúda, Érica se dirigiu tranquilamente até Mateus que se mantinha quieto e focado em qualquer coisa além, onde não tivesse que olhar para trás. Enquanto observava qualquer coisa mais adiante esperava. Nada poderia ser mais do que se é – pensaria Mateus. Os pequenos passos companhavam agora passos menos pesados e os dois se dirigiam calmamente para casa, pelo menos era o que aparentavam.




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